A importância do valor agregado e não do valor monetário

June 3, 2025

Existe um momento na carreira em que a gente para de perguntar:  “Quanto o mercado está cobrando?” E começa a perguntar:  “O que eu entrego para esse paciente?” Essa virada de chave não acontece do dia pra noite. Ela vem depois de anos tentando caber em tabelas, em expectativas, em promessas que a gente não pode e nem deve sustentar. E quando ela chega, muita coisa muda. Porque você deixa de ter vergonha de cobrar. Deixa de se justificar. Deixa de se comparar com quem oferece o que você nunca quis oferecer. Você passa a se posicionar. Com clareza. E isso, mais do que proteger sua saúde financeira, protege sua identidade como profissional.

O que você entrega não cabe em orçamento

Quando um paciente entra no consultório, ele não está comprando um procedimento.  Mesmo que ele ache que sim. Ele está confiando a você um pedaço da vida dele. Às vezes, a dor de anos. Às vezes, a vergonha. Às vezes, o medo. Às vezes, só o desejo de se ver melhor por dentro e por fora. E o que você entrega vai muito além do que se vê:

  • Você entrega escuta.

  • Entrega bom senso.

  • Entrega técnica aplicada com critério.

  • Entrega cuidado contínuo, mesmo depois do “último atendimento”.

  • Entrega a segurança de quem pensa antes de agir.

Você entrega o que nem sempre é visível, mas é sentido.

Quando o medo de parecer “caro” te faz parecer inseguro

Sim, eu sei.  Muitos colegas ainda sentem medo de falar sobre preço.  Medo de parecer inacessível.  Medo de “perder paciente”.  Medo de parecer convencido.

Mas a verdade é que o paciente certo não foge da clareza.  Ele foge da dúvida, da instabilidade, da sensação de que você não sabe exatamente onde está pisando.

E se você mesmo não sabe explicar o que está entregando…  como espera que o paciente entenda o valor da sua proposta?

Posicionamento não é arrogância. É maturidade.

Dizer “esse é o meu valor” não é excluir ninguém. É só colocar um limite saudável entre o que você faz por convicção e o que faria apenas por medo de desagradar. É não aceitar o que desrespeita o seu tempo, o seu estudo e o seu processo clínico. É ter firmeza pra dizer “isso não é indicado” mesmo quando o paciente quer “só um jeitinho”. E é entender que você não vai ser o profissional certo pra todo mundo. E tá tudo bem.

O valor está na entrega silenciosa

Não é só a lente que você entrega. É o diagnóstico responsável. É o não que você precisou dizer antes do sim. É a transparência ao mostrar os limites. É o cuidado em cada detalhe que o paciente nem percebe mas sente. Esse é o tipo de entrega que sustenta um resultado de verdade. E é também o que sustenta uma carreira com integridade.

No fim das contas, você pode até ter estudado para executar um procedimento.  Mas a forma como você entrega esse procedimento diz muito mais sobre quem você é como profissional. E quando você entende isso, o preço para de ser o centro da conversa.  Porque você já entendeu que valor não é o que o paciente paga. É o que ele leva. E quem entrega com verdade, não precisa se justificar. Só precisa sustentar.

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