A odontologia do passado tem um histórico mutilador, diariamente ouço histórias de pacientes com perdas dentárias muito precoces...
“Sabe Dra. antigamente a gente ia no dentista só pra extrair”.
“Eu tinha 15 anos quando tiraram todos os meus dentes e colocaram dentadura”.
“Dentista era muito caro e não tínhamos dinheiro, então íamos no sindicato, lá era só pra extrair”.
Essas perdas geram um impacto significativo na qualidade de vida, especialmente à medida que as pessoas envelhecem. Pacientes mais velhos que perderam dentes ainda jovens enfrentam desafios únicos quando buscam soluções para restaurar sua função mastigatória e estética. Com o avanço da odontologia, várias alternativas de tratamento estão disponíveis, mas é crucial entender as especificidades de cada uma, as vantagens, os desafios e as possíveis complicações em pacientes que viveram muitos anos sem dentes naturais.
Atualmente, a odontologia reabilitadora se dedica a recuperar o que foi perdido, devolvendo a saúde e a estética que foram perdidas. Dentre tantas opções disponíveis nos dias de hoje, precisamos entender qual é a melhor alternativa para cada caso. A seguir veremos as possibilidades de tratamentos para pacientes que perderam dentes de forma parcial ou totalmente.
As próteses removíveis são uma das opções mais tradicionais para substituir dentes ausentes. Elas podem ser totais (dentaduras) ou parciais (próteses parciais removíveis, também conhecidas como “prótese móvel”), dependendo do número de dentes perdidos.
· Custo-benefício: As próteses removíveis são opções relativamente acessíveis em comparação com outras alternativas. Também são opções mais rápidas para muitos pacientes.
· Reabilitação funcional: Restabelecem a capacidade de mastigação e a estética facial.
· Desconforto: Para pacientes que passaram muito tempo sem dentes, a adaptação pode ser difícil, e o uso pode ser desconfortável nas primeiras semanas, exigindo paciência e perseverança.
· Instabilidade: Com o tempo, a perda óssea e gengival pode fazer com que prótese removível fique desajustada, levando a um aumento na mobilidade e a necessidade de ajustes frequentes ou mesmo a troca da prótese.
· Cuidados contínuos: Dentaduras exigem cuidados especiais, como limpeza e manutenção, e podem ser mais suscetíveis a danos devido ao desgaste diário.
Os implantes dentários são uma solução de longo prazo que envolve a colocação de pinos metálicos no osso maxilar ou mandibular, sobre os quais são colocadas coroas artificiais.
· Estabilidade: Os implantes oferecem uma base sólida, proporcionando maior conforto e estabilidade durante a mastigação.
· Estética aprimorada: Os dentes substitutos possuem aparência e sensação mais próximas aos naturais.
· Preservação óssea: A colocação de implantes pode ajudar a preservar a estrutura óssea, evitando o colapso ósseo que ocorre com a perda dentária ao longo do tempo.
· Requer volume ósseo suficiente: Pacientes que perderam dentes há muito tempo podem não ter osso suficiente para suportar os implantes. Nesse caso, é necessário realizar enxertos ósseos e gengivais, o que pode aumentar o tempo de tratamento e os custos.
· Custo: No geral, implantes dentários são mais caros em comparação com próteses removíveis.
· Tempo de tratamento: O processo de colocação dos implantes pode levar meses, com necessidade de várias visitas ao dentista, o que pode ser um desafio para pacientes idosos com saúde comprometida.
As pontes fixas são uma alternativa em que dentes artificiais são ancorados aos dentes adjacentes ao espaço vazio. Embora menos invasivas que os implantes, as pontes podem ser uma solução útil para alguns pacientes.
· Resultado rápido: Ao contrário dos implantes, as pontes podem ser colocadas mais rapidamente, geralmente em algumas visitas.
· Menos invasivas: Não requerem cirurgia ou enxertos ósseos.
· Necessidade de dentes adjacentes saudáveis: Para a colocação de uma ponte fixa, os dentes ao redor do espaço dos dentes perdidos precisam estar saudáveis, o que nem sempre é o caso em pacientes idosos, especialmente aqueles que perderam dentes há muito tempo.
· Risco de cáries nos dentes adjacentes: Como as pontes são fixadas aos dentes existentes, existe o risco de cáries ou problemas nessas estruturas ao longo do tempo.
Embora as opções de tratamento para reabilitação de dentes perdidos tenham avançado significativamente, pacientes que perderam dentes na juventude, com perda óssea e alterações estruturais no maxilar e mandíbula, podem enfrentar desafios adicionais:
· Perda óssea e reabsorção óssea: A falta de dentes ao longo dos anos pode levar a uma perda significativa de osso, o que dificulta a colocação de implantes e próteses fixas.
· Problemas de saúde: Pacientes mais velhos podem ter condições de saúde, como diabetes ou doenças cardíacas, que complicam tratamentos odontológicos mais invasivos.
· Falta de adaptação psicológica: A perda de dentes pode afetar a autoestima, e alguns pacientes podem ter dificuldades emocionais em aceitar os tratamentos, especialmente se as próteses ou implantes forem muito diferentes de seus dentes naturais.
A escolha do tratamento para a reabilitação das áreas de perda dentária em pacientes mais velhos deve ser cuidadosamente considerada, levando em conta não apenas as opções clínicas, mas também as condições de saúde do paciente e as expectativas em relação ao resultado estético e funcional. Dentistas especializados precisam avaliar cada caso individualmente para determinar a melhor abordagem, seja por meio de próteses removíveis, implantes dentários, pontes e coroas. Em última análise, a prioridade deve ser sempre proporcionar a melhor qualidade de vida para o paciente, respeitando suas limitações e promovendo a saúde bucal.