A retração gengival é uma condição comum que resulta na exposição da raiz do dente devido à migração da margem da gengiva em direção ao ápice radicular. Essa condição pode ser causada por diversos fatores, como doença gengival/periodontal, alterações das posições dentárias nos arcos, sobrecarga oclusal, movimentações ortodônticas, próteses mal adaptadas e SEPB (Síndrome do Envelhecimento Bucal Precoce). O enxerto de tecido gengival é uma abordagem terapêutica eficaz para tratar áreas de retração, restaurando a estética e a saúde periodontal.
As indicações para o enxerto de tecido gengival incluem retração significativa da gengiva com exposição da raiz, com ou sem desconforto ou dor, quando afeta a estética, e também para prevenir a progressão da lesão.
Gengivas com perfil fino também possuem indicação de enxertia em alguns casos, para que possamos melhorar a espessura e prevenir retrações. Além disso, a falta de gengiva ceratinizada é uma clara indicação para enxertia, sendo fundamental em tratamentos reabilitadores com implantes, por exemplo.
É preciso ter sempre em mente que “gengiva precisa estar no lugar de gengiva e dente no lugar de dente”, ou seja, devemos evitar colocar material restaurador em um lugar (retração) que deveria ser ocupado por gengiva. Podemos optar por restaurar áreas de retrações pequenas, onde o limite amelo-cementário não foi atingido. Resumindo, é possível restaurar até o limite amelo-cementário, mas se a retração se estender para além dele, há uma real indicação para realizar enxertos de tecido gengival.
Embora o enxerto de tecido gengival seja eficaz para corrigir a retração, existem alguns riscos e complicações associados ao procedimento, além das particularidades de cada caso. O procedimento pode ser doloroso tanto na área doadora (geralmente o palato) quanto na área receptora, especialmente nas primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia. Há risco de falha no procedimento, e o paciente precisa ter uma boa saúde periodontal.
Condições prévias que possam estar envolvidas na causa da retração precisam ser resolvidas para que o quadro não se repita. Por isso, algumas vezes o paciente precisa passar por tratamento ortodôntico, reabilitador, adequar hábitos e controlar parafunções.
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