Vivemos um momento em que existe uma exigência social muito grande em torno de um sorriso perfeito em forma, proporção, cor e alinhamento. Possuir dentes harmônicos proporciona reflexos positivos na autoestima de qualquer indivíduo. Visando atender a demanda e as exigências estéticas cara vez mais complexas dos pacientes, o cirurgião-dentista precisa estar sempre atento ao desenvolvimento de técnicas que solucionem problemas estéticos de forma cada vez menos invasivas, preservando ao máximo a estrutura dental natural. Um dos maiores desafios para o dentista é a resolução estética de manchas presentes no esmalte de forma conservadora e minimamente invasiva.
Há não muito tempo atrás não havia alternativa para e alterações de estrutura e cor do esmalte dental, pacientes com condições como fluorose, hipoplasias, cáries incipientes (lesões de manchas brancas), e outras diversas alterações que provocavam manchamento definitivo do esmalte. A as únicas alternativas de tratamentos era submetê-los a restaurações ou coroas dentárias.
O surgimento da microabrasão de esmalte, que foi descrita e aplicada por Croll & Cavanaugh na década de 80 e revolucionou o tratamento estético de diversos tipos de manchas de esmalte por ser muito mais conservadora comparada aos tratamentos existentes na época. A técnica consiste em um procedimento onde uma pequena camada superficial do esmalte é removida através de uma erosão química, utilizando um ácido e um agente abrasivo, expondo uma camada mais profunda de esmalte com características normais. Desde então esse tipo de procedimento vem sendo utilizado em todo mundo de forma muito eficiente e segura, apresentando resultados imediatos e permanentes, restabelecendo estética com pouquíssimo desgaste do esmalte, sem necessidade de preparos e restaurações, fácil execução, rápido, de baixo custo e sem provocar danos às estruturas e sem recidivas.
Nos últimos anos também estamos podendo vivenciar e aplicar mais uma técnica que contribui para a melhora estética de diversos tipos de manchas de esmalte. A técnica da resina infiltrativa nos trouxe mais uma opção de tratamento minimamente invasivo para manchas de esmalte, inclusive aquelas mais profundas, onde a microabrasão sozinha não resolvia ou não seria indicada. A técnica consiste no uso de um infiltrante resinoso de baixa viscosidade fotopolimerizável que preenche as microporosidades do corpo da lesão, camuflando as manchas, melhorando a estética, impedindo a progressão da cárie dental e reduzindo os efeitos da fluorose. É uma técnica que exige critério no diagnóstico das manchas, apresenta resultados rápidos e muito satisfatórios principalmente em manchas de fluorose e lesões brancas de cárie (pós-ortodontia), pode ser associada a microabrasão, não provoca danos a estrutura do esmalte, porém apresenta custo elevado e pode necessitar de retoques com o passar dos anos.
Em resumo, tanto a microabrasão quanto a resina infiltrativa são tratamentos inovadores e eficazes na odontologia estética, proporcionando soluções minimamente invasivas para pacientes que buscam melhorar a aparência de seus dentes. Cada técnica tem suas indicações específicas, ambos os tratamentos possuem benefícios significativos, mas a escolha entre um ou outro depende das características clínicas de cada paciente, como o tipo de mancha ou lesão e as expectativas estéticas. Para o dentista, conhecer as diferentes opções e suas particularidades é essencial para oferecer o tratamento mais adequado, garantindo resultados duradouros e a satisfação do paciente.
O avanço da odontologia estética, aliado ao uso de tecnologias e materiais inovadores, tem permitido que cada vez mais pessoas obtenham sorrisos mais bonitos e saudáveis com menos invasividade e desconforto. As técnicas de microabrasão e resina infiltrativa representam uma revolução nesse campo, trazendo benefícios tanto para os profissionais quanto para os pacientes, sem renunciar à qualidade e à naturalidade dos resultados.