O que avaliar na hora de recomendar uma escova de dente?

October 2, 2024

A maioria das pessoas não sabe, mas escova de dentes não é tudo igual e não se escolhe no "unidunitê" na prateleira do mercado ou da farmácia. Assim como diversos itens do nosso dia a dia, a escolha da escova de dentes precisa ser individualizada. A melhor escova para a mãe certamente não será a melhor para o filho, por exemplo.

Na hora de indicar uma escova de dentes para o meu paciente, eu preciso levar em conta diversos fatores que vão além da sua (ou da minha) preferência. Para isso, é necessário um exame clínico e uma anamnese apurada.

Alguns fatores importantes a serem avaliados:

  1. Idade do paciente:
    A idade do paciente é um fator decisivo na escolha da melhor escova de dentes. Crianças, por exemplo, precisam de escovas com cabeça pequena e cerdas macias. Além disso, ao contrário do que se pensa (e do que se encontra no mercado), o cabo deve facilitar a empunhadura de um adulto, ou seja, precisa ser longo. Isso porque uma criança não escova os dentes sozinha, principalmente na primeira infância. Essa é uma responsabilidade do adulto cuidador. Logo, a escova precisa ser adequada tanto para a boca da criança quanto para a mão do adulto.

Já idosos podem necessitar de escovas específicas, como escovas interdentais e unitufo, para melhor higienizar próteses fixas, por exemplo, ou uma escova específica para limpar próteses removíveis. Se apresentarem dificuldades motoras, uma escova elétrica pode ser recomendada.

  1. Situação atual dos dentes:
    Pode ser necessária a indicação de escovas específicas de acordo com algumas situações presentes na boca do paciente no momento da consulta, como aparelhos ortodônticos, contenções, próteses fixas, etc.
  2. Destreza manual:
    Alguns pacientes podem apresentar dificuldades motoras, como em casos de artrose, artrite, AVC, doenças degenerativas, neurológicas ou ainda em pacientes de idade avançada. Nesses casos, escovas elétricas são bem-vindas, já que facilitam a higienização.

Nesse ponto, chegamos a uma questão muito comum no meu dia a dia clínico. Os pacientes perguntam bastante: escova manual ou elétrica? Qual delas é melhor?

A verdade é que a escova elétrica pode ser eficaz em alguns casos, já que garante um movimento mais constante e adequado das cerdas. Por isso, é ideal para pacientes que não conseguem realizar uma técnica de higiene bucal eficaz. No entanto, as escovas manuais são igualmente eficientes em pacientes sem limitações motoras, quando usadas adequadamente. Elas, porém, exigem mais atenção à técnica.

  1. Pacientes com halitose:
    Pacientes que apresentam halitose precisam incorporar à rotina de higiene uma escova específica para a língua ou utilizar escovas que possuem um limpador de língua incorporado.

Aqui, expliquei brevemente por que a escolha da escova de dentes ideal deve ser algo individualizado. Porém, de forma geral, caso você se encontre em frente a uma prateleira lotada de escovas e não saiba qual escolher, seguem algumas dicas:

  • Escolha uma escova de cerdas muito macias (super soft ou ultra soft).
  • Escolha uma escova de cabeça média ou pequena, para alcançar todos os lugares da sua boca.
  • Evite escovas com cerdas de nylon; elas são mais agressivas para seus dentes e gengivas.

Além disso, não esqueça do creme dental fluoretado, do fio dental e do limpador de língua. Esse é o kit básico que sempre funciona muito bem.

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