O que realmente ameaça o sucesso dos implantes dentários?

October 8, 2025

A osseointegração é o processo biológico que garante a união estável entre o implante e o osso. Sem ela, não existe sucesso funcional ou estético em uma reabilitação.

Embora a odontologia moderna ofereça técnicas avançadas e excelentes materiais, alguns fatores biológicos individuais podem comprometer esse processo. Conhecê-los é essencial para planejar, prevenir e oferecer resultados duradouros.

Tabagismo: o inimigo silencioso

O cigarro é um dos principais fatores de risco para falhas em implantes.

  • Efeito direto: a nicotina reduz a vascularização e o aporte de oxigênio nos tecidos.

  • Consequências: cicatrização prejudicada, risco aumentado de peri-implantite e taxa maior de insucesso.

  • Dados clínicos: estudos mostram que fumantes têm  duas a quatro vezes mais chance de falha na osseointegração em comparação a não fumantes.

Conduta clínica: paciente precisa estar ciente e assumir a responsabilidade de ter um hábito nocivo para o tratamento proposto. 

Diabetes: controle é a chave

Pacientes diabéticos, especialmente os descompensados, apresentam:

  • Redução da resposta imunológica, favorecendo infecções;

  • Cicatrização mais lenta devido à microangiopatia;

  • Maior risco de falhas precoces na integração óssea.

Conduta clínica:

  • Avaliar níveis glicêmicos antes da cirurgia;

  • Trabalhar em conjunto com o médico responsável;

  • Priorizar protocolos minimamente invasivos e acompanhamento rigoroso.

Medicações: atenção aos detalhes

Alguns fármacos interferem diretamente no metabolismo ósseo e no processo inflamatório:

  • Bifosfonados e denosumabe: utilizados em osteoporose e metástases ósseas, podem levar à osteonecrose dos maxilares.

  • Corticosteroides de uso crônicos: afetam cicatrização e resposta imune.

  • Quimioterápicos e imunossupressores: comprometem a regeneração óssea e aumentam riscos de infecção.

Conduta clínica: sempre realizar anamnese detalhada, contato com o médico prescritor e avaliação criteriosa do risco-benefício antes da instalação de implantes.

Outros fatores relevantes

  • Idade avançada: pode reduzir a densidade óssea, mas não é contraindicação absoluta.

  • Doenças periodontais prévias: aumentam risco de peri-implantite se não controladas.

  • Higiene oral deficiente: fator determinante para falhas tardias.

Ciência e prevenção lado a lado

O sucesso de um implante vai muito além da técnica cirúrgica. A compreensão dos fatores biológicos individuais, como tabagismo, diabetes e uso de medicações, é determinante para garantir previsibilidade.

Por isso, a chave está no diagnóstico minucioso, planejamento individualizado e acompanhamento constante. Assim, é possível transformar riscos em resultados estáveis, funcionais e estéticos.

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