Tratamento de dessensibilização dentinária: quando aplicar?

October 9, 2024

A dessensibilização dentinária é uma abordagem importante para pacientes que apresentam hipersensibilidade dentinária, uma condição que pode causar desconforto e impactar a qualidade de vida. A hipersensibilidade dentinária é frequentemente desencadeada por estímulos térmicos, táteis ou químicos, resultando em dor aguda e incômoda em dentes com dentina exposta e/ou esmalte vulnerável. É fundamental que o cirurgião-dentista conheça os protocolos corretos de dessensibilização com os produtos adequados e não indique apenas creme dental para dentes sensíveis, já que estes não tratam verdadeiramente a condição, apenas agem promovendo analgesia, sendo assim coadjuvantes no tratamento.

O principal motivo para considerar a dessensibilização é a presença de hipersensibilidade. Pacientes que relatam dor ao consumir alimentos frios, doces ou ácidos, e até mesmo sentem-se incomodados com o ar mais frio, devem ser tratados adequadamente.

Além disso, é importante identificar e tratar a causa da exposição dentinária e do esmalte que está vulnerável. Geralmente, isso é consequência dos hábitos do paciente, como, por exemplo, alimentação ácida, bruxismo (ranger e/ou apertar os dentes) e refluxo gastroesofágico. Também é preciso avaliar a qualidade salivar do paciente, já que a saliva possui funções importantes, como remineralizar, limpar, tamponar a superfície dos nossos dentes e diluir e neutralizar substâncias como, por exemplo, os ácidos da nossa dieta. Ela precisa estar presente na quantidade adequada e com boa qualidade. Caso contrário, o processo de erosão se acentua e a hipersensibilidade tende a aumentar. Não basta tratar a hipersensibilidade; é preciso agir também no fator causal do problema.

Em relação ao tratamento, atualmente temos dois tipos de intervenções, que são associadas em um protocolo: uma de ação neural e outra de ação obliteradora. Em um primeiro momento, podem ser feitas de 1 a 3 sessões de ação neural, associando o laser de baixa potência e o nitrato de potássio, que vai penetrar nos túbulos dentinários e despolarizar as fibras nervosas. Após, entra-se na fase obliteradora, onde é feita uma aplicação de glutaraldeído seguida de verniz de flúor. Desta forma, conseguimos o controle da dor.

Após o tratamento da hipersensibilidade, precisamos restaurar as estruturas que foram perdidas, associando outros tratamentos, como, por exemplo, enxertos gengivais para recobrir raízes expostas e restaurações em resina ou cerâmica para substituir o esmalte que foi perdido na porção coronal dos dentes.

Lembrando sempre que a hipersensibilidade dentinária é uma doença, e não é possível controlá-la apenas com creme dental em casa (analgesia). Ela precisa de tratamento profissional e manutenção periódica. Além disso, precisamos identificar a causa e ajustar a rotina do nosso paciente para evitar a progressão do problema, tornando o tratamento mais complexo e com danos irreversíveis.

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